sábado, 21 de maio de 2011

ALGUNS VERSOS DE CÁ...

E. BERGER-REVAL - Uma jovem lendo
Óleo sobre tela - 72,5 x 81 - 1893 - Coleção particular

Vasculhando meus livros, encontrei alguns poemas escritos por duas escritoras de Dionísio. Engraçado como reler textos antigos, depois de muito tempo, nos dão a sensação que foram reescritos. O caminhar faz isso realmente com a gente, acrescenta saberes novos, e eles nos permitem entender as mesmas coisas de maneiras diferentes.
Simone Neves ainda era uma garota quando lançou O Coração Como Engrenagem. Até participei ilustrando a capa. Encontrei coisas lá que me pareciam algo novo.
Maria Auxiliadora Quintão Silva, que é mais conhecida por Dorinha, participou também de duas edições de O Vale em Poesia. Uma coletânea com diversos artigos de vários artistas do Vale do Aço. Faz aulas de pintura comigo, na cidade de Timóteo, e estamos sempre dividindo agradáveis momentos relembrando os “causos” de Dionísio.

Deixo um poema de cada uma delas, para ler e relaxar nesse final de semana.


SIMONE NEVES
O coração como engrenagem

SONETO PARA A TRAJETÓRIA 
DE UM HOMEM SÓ (Simone Neves)

Cai um dia em que foi difícil falar em desejos.
E a noite cobre o tempo-solidão.
E as estrelas fuscam lágrimas passadas
Cintilando todo sentimento exposto em vão.

Um amanhecer de alegria carolina
Faz com que o dia expanda luz
E ilumine, enfim, a alma chorosa
E doura, brilhante ouro, a solidão.

És tu, coração (im)próprio meu
Que agora expandiste todo esse amor
Ora, agora o que resta é viver.

És tu, coração (im)próprio teu
Que caíste todo em cacos
Ora, agora. Sede humano.



ANTOLOGIA DO VALE EM POESIA
Vários artistas

URGENTE (Dorinha)

É urgente rever as atitudes
Por muito bem que se tenha feito,
Há de existir um jeito,
De melhor ainda fazer.
O mundo está virando ao avesso,
“Nós vamos pagar o preço”
Se não mudarmos o modo de ser.
As geleiras estão derretendo,
Mas o fogo continua ardendo,
Pondo tudo a perder.
Uma hora é o frio que trinca,
Noutra é o calor que tonteia,
“A coisa está ficando feia,
Não espere ver pra crer!”
É URGENTE:
TOMAR MEDIDA,
ENCONTRAR SAÍDA,
PROTEGER O PLANETA,
ASSEGURAR A CONTINUIDADE DA VIDA.


JEAN-HONORÉ FRAGONARD - A leitora
 Óleo sobre tela - 82 x 65 - entre 1770 e 1772
Galeria Nacional de Arte, Washington, EUA

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