sábado, 15 de janeiro de 2011

WALMIR TEIXEIRA: ABSTRACIONISMO COM CLASSE (José Rosário)


Desde que Kandinsky, Mondrian e Malevitch mostraram ao mundo que a arte não precisa de formas, houve um suceder de artistas que atravessaram o século XX se embrenhando por esse caminho. Transpor para a tela uma imagem que não seja a representação de nada encontrado na natureza, é tarefa arriscada e igualmente traiçoeira. Muitos são os que se propõe tal jornada e poucos os que a trilham, dignos de louvor e glória.
Walmir Teixeira é um daqueles raros exemplos no qual o Abstracionismo se manifesta na sua maior plenitude.

WALMIR TEIXEIRA - Devaneio, 110 x 130

WALMIR TEIXEIRA - Klingsor canta o fim da Atlântida, 100 x 100

Paulista da cidade de Palmital, onde nasceu a 30 de setembro de 1943, Walmir Teixeira absorve do mais profundo de seu inconsciente imagens que narram um diálogo sincero entre o que sente e o que deseja mostrar. Numa linguagem poética e lírica, cada centímetro quadrado de suas telas torna o espaço perfeito para expressar os intensos confrontos do que é real e imaginário em sua vida. E faz isso com grande fidelidade à sua proposta artística, sem apelar para os experimentos que tanto se impõe como moda nos últimos tempos.

WALMIR TEIXEIRA - Alegro, 110 x 130

WALMIR TEIXEIRA - Bonsai, 90 x 110

A sua manipulação hábil dos pigmentos dá vida à manchas, texturas, tons e semitons que se diluem e integram com tanta naturalidade, que qualquer de suas obras nos passa a sensação e o desejo de querer tê-la feito um dia. Sentimento que remete imediatamente à Milton Nascimento quando deixou em uma de suas letras: “Certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim, que perguntar carece: como não fui eu que fiz?...”

WALMIR TEIXEIRA - Batéia, 110 x 130

WALMIR TEIXEIRA - Segredo do abismo, 110 x 130

O seu mundo imaginário só permite uma ponte com o mundo real: as gotas translúcidas que são quase a assinatura de seu trabalho. Walmir sabe que optar pela pintura abstrata, é ter acima de qualquer intenção, a revelação do que transcende a realidade de cada objeto.

WALMIR TEIXEIRA - Paisagem onírica, 100 x 120

WALMIR TEIXEIRA - Gestação, 100 x 100

Os primeiros contatos com a arte se deram em 1966, quando começou a pintar, tendo aulas de técnicas de gravura com Romildo Paiva. Tem um currículo recheado de diversas exposições, individuais e coletivas. Já é de longo tempo que seus trabalhos são encontrados em museus e coleções particulares de várias partes do mundo: Estados Unidos, Chile, Holanda e Portugal são apenas alguns de seus endereços.

WALMIR TEIXEIRA - Adágio, díptico 2, 110 x 90

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